Chapéus de palha pré-hispânicos

1200 B.C - Gorros Pré-hispânicos
Antes de Colombo descobrir a América, os habitantes das áreas costeiras do que hoje é o Equador já usavam um tipo de chapéu feito de palha trançada.
A evidência destes chapéus foi encontrada em várias figuras cerâmicas de diferentes culturas equatorianas que datam de 1200 aC.

Nativos americanos usando torres de palha tecida Século 16- O Primeiro Chapéu-Panamá
Quando os conquistadores espanhóis chegaram no que hoje em dia são as províncias de Guayas e Manabi no litoral equatoriano, registraram que os índios nativos usavam chapéus de palha que cobriam suas orelhas e pescoços. Estes chapéus se pareciam às "Tocas", usadas por freiras e viúvas na Europa, então chamaram estes chapéus de "Toquillas" e a palha usada para fazê-las de "palha toquillas". Rapidamente, os espanhóis também começaram a usar estes chapéus, agora chamados de "chapéu de palha toquilla".
Montecristi - Berço do Chapéu Panamá Século 17- O Chapéu Montecristi
Os colonizadores espanhóis usaram trabalho indígena para criar chapéus de formas européias, substituindo as "toquillas" originais que cobriam as orelhas e o pescoço. Os tecelões mais experientes estavam localizados nos povoados Jipijapa e Montecristi (província de Manabi), e estes povoados rapidamente tornaram-se em centros de tecelagem e seus chapéus tomaram o nome de seus povoados. Até hoje os chapéus de Montecristi são reconhecidos como os chapéus de palha mais finos.
Carludovica Palmata Século 18 – Estabelecido o nome científico
O uso dos chapéus de "palha toquilla" por parte dos espanhóis fez com que se tornassem populares entre a nobreza colonial e logo o Rei da Espanha ordenou vários tecidos de palha toquilla para sua mulher. Botânicos descobriram que a palha toquilla vinha de uma espécie de palma que só cresce na vizinhança da costa equatoriana, entre os 100 e 400 metros de altitude, e decidiram dar-lhe o nome científico de Carludovica Palmeta em honra ao Rei Carlos IV da Espanha e sua esposa Ludovica.
Manuel Alfaro - Empresário do Chapéu de Palha 1836 - O Primeiro Negócio Moderno de Chapéus
Logo após a independência do Equador da Espanha, um empresário chamado Manuel Alfaro se estabeleceu em Montecristi e construiu um negócio produzindo chapéus utilizando suas próprias plantações e contratando tecelões experientes. Seu negócio prosperou e logo se encontrou exportando ao Panamá já que este pais estava se convertendo em um lugar importante para o comércio. Logo depois abriu lojas no Panamá que atraíram a atenção muitos clientes do mundo inteiro que começaram a associar os chapéus equatorianos com o país do Panamá.
Cuenca - novos tecelões de chapéus de palha 1863 – 1845 – O Chapéu Cuenca
Em 1836, a cidade andina de Cuenca na província serrana de Azuray abriu uma fabrica de chapéus com a intenção de melhorar economia local. Os chapéus de Cuenca se diferenciavam dos de Montecristi essencialmente pelo branqueamento da palha e o uso de palha mais grossa para permitir trançar um chapéu mais rapidamente. As autoridades locais estabeleceram uma oficina moderna com formas de madeira, pó branqueador, ferramentas e palha toquilla trazida da costa equatoriana. Alguns tecelões de Manabi foram morar em Cuenca para treinar qualquer pessoa que quisesse aprender. A industria do chapéu Cuencano logo prosperou e virou a atividade econômica mais importante desta região.
Mineiros com chapéus de panamá 1848 – A Febre do Oro
Em 1848 a febre por oro começou e pessoas correram para a Califórnia pelo caminho mais fácil na época: cruzando o istmo do Panamá. Era comum que eles comprassem os chapéus no Panamá a caminho, e a popularidade dos chapéus "Panama Hat" logo se difundiu pelos Estados Unidos. Eloy Alfaro, filho de Manuel Alfaro e depois presidente do Equador, tomou o negócio da família e em 1849 o Equador passou a exportar 220,000 chapéus para a Califórnia.
Chapéu Panamá na Feira Mundial de Paris 1855 – Feira Mundial em Paris
Um Frances que vivia no Panamá exibiu os chapéus na Feira Mundial de 1855 em Paris e já que o Equador não estava mencionado como um país participante, os chapéus foram batizados de chapéu–panamá, ou "Panama Hat." A moda Francesa logo adotou estes chapéus e até o Emperador Napoleão III usava um chapéu Montecristi, difundindo a moda por toda Europa.
Chapéus de palha usados ​​em plantações de açúcar 1863- 1898 Cresce a exportação
O Equador continua exportando os chapéus-panamá aos Estados Unidos e a Europa mais expande seu mercado na América do Sul, o Caribe, e especialmente a Cuba onde os chapéus estavam em alta demanda para os trabalhadores nas plantações de açúcar e tabaco. Cuba comprou quantidades imensas de chapéus cada ano.
Guerra americana espanhola usando chapéus equatorianos 1898 – Spanish American War
The US Government bought 50,000 hats to protect its soldiers from the intense sun of the caribbean during the Spanish American War.
Canal do Panamá - Lugar onde o Chapéu Panamá foi popularizado 1906 – A Construção do Canal do Panamá
Durante a construção do Canal do Panamá muitos chapéus foram comprados para os trabalhadores e os engenheiros americanos que chegaram no Panamá. A popularidade cresceu no mundo inteiro quando a imprensa mundial publicou uma foto do presidente Theodore Roosevelt usando um chapéu Montecristi durante sua visita ao canal.

Atores de Hollywood usando chapéus de Panamá 1944 – A Época de Oro de Hollywood
As vendas do chapéu–panamá chegaram ao seu ponto máximo em 1944 quando se tornou no maior item de exportação do Equador, parcialmente graças ao desacelero das exportações de cacau. Uma das principais razoes pelo grande aumento em vendas foi a época de oro de Hollywood, já que muitas estrelas usavam Panama Hats dentro e fora da tela grande, popularizando o uso do chapéu-panamá. O chapéu-panamá apareceu em filmes como "E o vento levou," "Casablanca" e "Cayo Largo".
Chapéus de Palha Toquilla - Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

2012 - Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) reconheceu o tecido tradicional do chapéu de palha equatoriano como um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Patrimônio cultural intangível significa as práticas, conhecimentos, habilidades, objetos, artefatos e espaços culturais transmitidos de geração em geração, que as comunidades reconhecem como parte de sua herança cultural. A cultura intangível inclui canções, música, teatro, gastronomia, festivais anuais, habilidades e artesanato.